terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O mais querido do Senac/CE

José de Ribamar Sousa Silva, 38 anos, casado com a Jeane e pai da Adryeli. Um cearense daqueles caricatos: regionalista, machista, torcedor do Ceará Sport Clube, baixinho, prolixo, falador, persistente, polêmico, corajoso, inteligente e vencedor!! Hoje, devido a tudo isso e ao seu carisma, é considerado o mais querido do Senac/CE. Não há quem passe pelo Setor de Compras e não o cumprimente.


Este assistente administrativo, já trabalhou como agricultor, vendedor ambulante e de loja, zelador de condomínio, balconista, garçom, contínuo e representante de empresa de fotografia, ufa! E fala com orgulho da sua trajetória, a qual considera vitoriosa: “ minha mãe teve quatorze filhos, doze sobreviveram e meus irmãos mais velhos começaram a trabalhar desde os cinco e oito anos para ajudar com as despesas, pois meu pai tinha problemas de saúde”. Ribamar passou a infância no distrito de Pedra Branca, município de Pentecoste (CE), e em 1982 se mudou para Fortaleza (CE), com o intuito de morar e trabalhar com o avô, que possuía um depósito de carvão.

Infância no interior... tem coisa melhor? Tomar banho de rio, brincar com outras crianças, plantar e colher, ver milhões de estrelas no céu eram algumas das coisas de que Ribamar se recorda com carinho. O atual craque do time do Senac/CE (na última partida fez 04 gols), já jogou muita bola e admite ter sonhado muito com a carreira de jogador de futebol quando era criança, “ sonhava também em ser padre, porque achava muito legal passar uma boa mensagem às famílias, ou em ser médico, que salvava vidas. Porém, teve uma hora que deixei os sonhos de lado e fui trabalhar em algo que me desse o retorno financeiro mais rápido, eu tinha que me virar. E com o problema que tive nos braços, passei a ter mais cuidado, em não ficar me machucando no futebol”.

Um dos acontecimentos mais curiosos que eu ouvi na conversa com o Ribamar, foi a maneira como ele conquistou a casa própria. Economizou dinheiro por vários anos, reservava na poupança seus décimos terceiro, férias, extras até conseguir comprar uma casa no bairro Barra do Ceará. Mas, com o desejo de morar próximo à natureza, comprou, por intermédio de uma associação de moradores, um pequeno terreno no Cumbuco. Vendeu sua casa anterior e foi construindo a atual aos poucos, passou cerca de dois anos para terminar.


Mas, nem tudo são flores no paraíso Cumbuco, “lá não há saneamento básico e nem uma séria coleta de lixo, além de os próprios moradores jogarem o lixo que produzem em qualquer local. Na minha opinião, todas as comunidades deveriam ter uma boa escola para as crianças e adolescentes, transporte descente e saneamento básico”. Na casa em que mora com a família, a água que utilizam provém de um poço profundo e contam com a ajuda de um motor para bombeá-la até um depósito no quintal.




Ribamar citou duas importantes conquistas na sua vida: Os cursos que fez no Senac, porque os mesmos colaboraram muito com o seu crescimento profissional; e o nascimento de sua filha Adryeli “ ela é minha luz, é carinhosa e foi quem mais me ajudou a superar a perda de minha mãe”.


Um personagem da vida real que sempre lê os jornais impressos no final do expediente, que perdeu muitos amigos para às drogas e para o crime, que possui uma opinião formada para todos os assuntos, que incentivou as irmãs a fazerem cursos profissionalizantes, que não concluiu o ensino médio escolar, que sonha com um país mais justo... este, é o respeitável e admirável, Ribamar.

Vou finalizar contando que ele brigou comigo porque um dia desses, paguei dois reais em uma tapioca com manteiga!! Achou um absurdo e passou uma hora falando sobre inflação, mercosul, globalização, FHC, Lula...

2 comentários:

Pérola Custof disse...

Essas sao histórias de sertanejos que merecem sim ser aplaudidos de pé. Muito bem contada, que possa servir de exemplo para nós.

Dauana Vale disse...

Coragem e atitude não faltam ao Ribinha. Êta sertanejo forte!!!