segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Com vocês, o Sr. Feingold.

Fazia tempo que eu pretendia postar um pouco das facetas do meu amigo e admirador de carros, Isaac Feingold. Então, o convidei para conversarmos no Museu do Automóvel do Ceará.
Na companhia do guia, Sr. Vicente de Paulo, vimos carros que pertenceram ao exército americano, a Getúlio Vargas, à mãe de Elvis Presley e à funerárias (esses bem esquisitos).


Lá, ouvi várias curiosidades: “Eu vi, praticamente, todos esses carros nas ruas do Rio de Janeiro, nasci no final da década de 30, vi muita coisa acontecer. Quando eu era criança ficava na varanda vendo bondes e carros passarem, às vezes eu decidia contar todos os carros amarelos que passavam, ou azuis, sem pressa nenhuma. Nossa! Minha infância voltou toda agora”. A cada calhambeque que Isaac avistava, demonstrava uma emoção diferente. Recordou-se das caronas que recebia do amigo para chegar até ao batalhão do exército, de quando fez o consórcio de um Citroen na década de 60, de quando viu carros desfilando no carnaval carioca (muito antes do que fazem hoje as escolas de samba), de quando pegou táxi num modelo Sedan (ano de 1948) da Ford...

Revelou-me lembranças de um tempo do qual eu só faço ideia. Tempo em que andou de bicicleta nas calçadas, jogou bolinhas de gude e futebol no meio da rua. Não que eu não tenha brincado na rua, mas, é que fica difícil imaginar tudo isso no Rio de Janeiro com as avenidas que possui hoje.



E sabem, Isaac é filho de imigrantes. Seus pais, Adélia (romena) e Michel Feingold (ucraniano), vieram para o Brasil de navio, em períodos diferentes (ele em 1919, ela na segunda metade da década de 1920). Michel escapou de uma Europa açoitada pela Revolução Russa, “meu pai tinha nove irmãos, mas só ele e mais três conseguiram vir, os outros que ficaram na Rússia, presume-se, morreram na guerra de 1939. Ele era muito trabalhador, exercia as profissões de gravador e cinzelador, isso nem existe mais. Pode-se dizer que meu pai fazia artesanato em metais, metalgravura. No diploma dele está o título de ‘Gravador e Cinzelador Artístico’. Os estilos representam basicamente as influências das épocas do rococó, art nouveau e art decô”.

Curiosos para entender melhor do que se trata essa arte? Isaac pretende criar um site baseado nos catálogos que possui, “teremos, além de biografia e fotos da época, desenhos impressos, desenhos feitos à mão e fotografias de peças e objetos (ferramentas) que temos guardadas desde aqueles tempos. O site se chamará Monogramas”. Abaixo,  reprodução de uma página do catálogo de monogramas da época:




Adélia e Michel se conheceram no prédio em que trabalhavam. Ela exercia a função de retocadora de fotógrafo - outra profissão inexistente, antes, os estúdios fotográficos funcionavam com uma parafernália imensa e as chapas de negativos precisavam vez ou outra de retoques, ajustes.

A trajetória do Isaac me remeteu à história do nosso país. Lá pelas tantas de conversa, se recordou de um discursou pronunciado no colégio, “na minha fala, que elaborei com ajuda da minha irmã Sylvia, apontei ao desejo de apropriação do petróleo brasileiro. Poucos meses depois era fundada a Petrobras, empresa na qual iniciei como assistente e encerrei como arquiteto”. Através da Petrobras ele viu como se deu o desenvolvimento econômico do Brasil, as construções de refinarias, o “progresso” mata a dentro. Foi testemunha do Golpe de 64 e de tudo o que haveria de acontecer.


Esse carioca, aprendeu a profissão do pai, com o qual trabalhou dos treze anos até ingressar em um trabalho formal. Com o Sr. Michel Feingold, também aprendeu a enfrentar colégio, faculdade, serviço militar e Petrobrás. Ao encerrar sua carreira, mudou-se para Fortaleza (CE) com a intenção de ficar mais perto das três filhas: Liana, Ilana e Luciana, as quais já residiam por aqui há algum tempo. Entre uma música e outra que toca no estúdio de casa, se dedica a essas meninas e agora a dois netos, Lis e Davi, que levarão consigo um sobrenome que é pura história, puro respeito.


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Sugestões do Isaac, para pesquisa:

Art Decô - http://pt.wikipedia.org/wiki/Art_d%C3%A9co
Art Nouveau - http://www.brasilescola.com/historiag/art-nouveau2.htm
Diferenças entre art nouveau e art decô -
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080317055542AAT4hlr

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Para ouvir o som de Isaac:

http://www.youtube.com/watch?v=ZsG8UG1gcF4

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Museu do Automóvel do Ceará

Endereço: Av. Desembargador Manoel Sales Andrade, 70 Bairro Guararapes Fortaleza (CE)
Telefone: (085) 3273 3129
Visitas: Terça a Domingo, nos horários de 8 às 12h e de 14 às 17h.
Ingresso: R$8,00

terça-feira, 24 de maio de 2011

Entre o design e o comportamento

Tarde de sexta-feira, café e um papo que não parecia ter fim... a convite deste Caderno de Histórias, Marbênia Gonçalves nos revelou a psicóloga e a designer. Nos encontramos no ScrapBook Café, na companhia da Martasus Gonçalves, sua irmã e responsável pelas fotos deste post.




Quem já ouviu falar em Disciplinas Domésticas?? Hum... há tempos atrás colégios como o Imaculada Conceição em Fortaleza (CE) ensinavam às alunas como cozinhar, costurar, bordar e outras atividades manuais “me lembro bem da freira que coordenava as atividades do colégio, era uma francesa, tão linda! E também muito exigente. Os álbuns (resultados das aulas práticas) que entregávamos ao final de cada disciplina deveriam estar impecáveis!”, recorda-se. Pois justamente as tais disciplinas estimularam Marbênia aos trabalhos feitos à mão. E por que joias?

O amor pelas joias vem principalmente da sua mãe, Dona Lenita, que adorava adornar as duas filhas “mamãe sempre teve uma verdadeira paixão por bolsas, sapatos e joias. Dificilmente comprava roupas, sua vaidade estava nos acessórios. Nos momentos festivos, em família, ganhávamos joias para simbolizar. E há um fato curioso, primas da minha mãe se casaram com libaneses, e então, em toda a minha infância e adolescência convivi com o universo do ouro e das pedras preciosas de uma maneira muito natural.”.

Ops! Mas antes de tudo isso, Marbênia cursou Psicologia, atuou em clínica, foi Diretora do CREDE XV e também do Campus da UECE em Tauá, fez Mestrado em Educação Especial. Depois, em Fortaleza, foi gestora em uma instituição de ensino superior, cursou Design de Moda e em seguida optou por começar tudo de novo: abrindo mão da gestão e se dedicando ao seu ateliê de joias e acessórios “eu queria novos desafios, sou movida a isso! Saí da zona de conforto e me joguei ao desconhecido. Hoje me sinto totalmente envolvida com a moda, que convenhamos, é puro comportamento!! Anualmente lanço três coleções e as faço no meu ritmo, sem pressões.”.



Não demorou muito e Marbênia retornou à licenciatura, assumindo disciplinas nos cursos de design da Fanor - Faculdades Nordeste, na qual é responsável pela coordenação acadêmica do Núcleo de Design. E outras atividades foram surgindo em torno da moda: post semanal para o portal DFHouse, projetos para empresas e em tempos de Dragão Fashion Brasil, esqueçam Marbênia, porque ela mergulha no universo do evento! Que este ano exibiu em desfile os trabalhos da turma que coordena, no quesito "Novos Talentos".

Dar aulas, desenhar peças, ousar, escrever, estudar, criar, mudar de ideia, recomeçar... porque se pode ir muito além do que supomos! Quer apostar?



sábado, 9 de abril de 2011

A França também é aqui!

La France est ici aussi !
Quem mora em Fortaleza pode observar quantos estrangeiros circulam nas ruas, supermercados, escritórios. Já faz parte do nosso cotidiano encontrar coreanos, italianos, espanhóis, portugueses e franceses que não estão simplesmente a passeio. Vieram em busca de um sonho ou de novas perspectivas de trabalho!
Ceux qui vivent à Fortaleza peuvent observer combien d'étrangers circulent dans les rues, les supermarchés, les bureaux. Ils font déjà partie de notre quotidien. On peut trouver des coréens, des italiens, des espagnols, des portugais et des français, qui ne sont pas touristes. Ils sont venus à la recherche d'un rêve ou de nouvelles perspectives de travail!


E nessas minhas andanças encontrei dois representantes da bandeira francesa: Stephan Alborni e Jean Philippe Barnaye. O interessante foi ouvir dois relatos bem diferentes de como vieram parar aqui!
Moi, j’ai déjà rencontré deux Français: Stephan Alborni et Jean Philippe Barnaye. C’est intéressant parce qu’ils racontent deux histoires bien différentes de comment ils sont venus à Fortaleza !

Há um pouco mais de dois anos no Ceará, Stephan veio conhecer nossas praias e numa noite de forró pé-de-serra conheceu a Cássia. Ele não falava uma palavra em português e ela também não era conhecedora do francês, sendo assim, olhares e trocas de e-mail foi o que restou aos dois! Ao regressar ao sul da França, Nice, ele retomou sua rotina e seu trabalho numa fábrica de máquinas de café. Adquiriu um dicionário português-francês e passou a trocar mensagens com a amada que ficara no paraíso Fortaleza.
Il y a un peu plus de deux ans, Stephan venait connaître nos plages au Ceará, pendant une nuit de danse il a connu Cássia. Il ne parlait pas un mot de Portugais et elle non plus n'avait pas de connaissance du français. Ils se sont communiqués avec des regards et ils ont échangé les informations par courrier électronique. Au retour au sud de la France, Nice, Stephan a repris sa routine et son travail dans une usine de machines à café. Il a acheté un dictionnaire portugais-français et il a commencé à échanger des messages avec Cássia, qui est restée dans le paradis de Fortaleza.



E resumindo bem a história toda: se conheceram em novembro/2008, ela passou um mês na casa dele em abril/2009, ele passou um mês na casa dela em agosto/2009 e no mês de dezembro/2009, casaram-se no Brasil e Stephan ficou até hoje na Terra do Sol. Mas, contou-me que foi uma decisão bem difícil, pois sairia de perto da família e das certezas, rumo a um mundo desconhecido! Havia o medo da decepção!
Et en résumant bien l'histoire: s'ils se sont connus en novembre 2008 à Fortaleza, et il y a 6 mois elle a passé un mois à la maison de Stephan, en avril 2009. En août 2009, il a passé un mois à la maison de Cássia et au mois de décembre 2009 ils se sont mariés au Brésil et Stephan est resté jusqu'aujourd'hui dans la Terre du Soleil. Mais, il m’a raconté que ça a été une décision bien difficile, parce qu’il devait quitter sa famille et abandonner des évidences, quand il est parti à un monde inconnu ! Il avait peur de la déception!

Passado o processo primário de adaptação, Stephan não pensa em morar novamente no seu país de origem porque gosta da forma como os cearenses se relacionam, se comunicam, “a vida é melhor aqui! Na França, as pessoas são mais individualistas. Os brasileiros mais descontraídos, alegres.”, disse-me. É sabido que o cearense tem a maior pinta de anfitrião, recebemos bem quem chega à nossa casa, acolhemos. Na roda de samba ou no churrasco improvisado, é só chegar com alegria que não precisa ser convidado! Engraçado isso! Somos assim...
Au bout de la première phase d'adaptation, Stephan ne pense pas à vivre dans son pays d'origine parce qu' il aime la forme dont les personnes du Ceará vivent ensemble, se communiquent, « la vie est mieux ici ! En France, les personnes sont plus individualistes. Les Brésiliens sont plus détendus, joyeux. », il m'a dit. On sait que les personnes du Ceará sont très accueillantes, ils reçoivent bien tous ceux qui arrivent à leur maison. Dans la « Roda de Samba » ou dans le barbecue improvisé, on peut arriver avec joie, pas besoin d'être invitée ! Amusant ca ! Nous sommes ainsi…  



Contudo, ele observa disparidades gritantes no nosso comportamento, como o desperdício de comida, “como pode um país tão pobre, jogar tanta comida fora?!”, exclamou, e “como pode pessoas tão preocupadas em manter carrões importados? Ainda não entendo!”.
Pourtant, il observe des différences trop grandes dans notre comportement, comme la dépense de nourriture, «comment, dans un pays aussi pauvre, on peut dépenser autant pour la nourriture?! », il s’est exclamé, et «comment les personnes ici peuvent s’efforcer ainsi à posséder des voitures importées ? Je ne comprends pas encore!”.

Stephan e Cássia trabalham como sócios em um salão de beleza. E diga-se de passagem, oferecem um excelente atendimento. E não é em todo salão que você pode encontrar quitutes preparados por um francês que ama cozinhar! Há opções de lanches rápidos como sanduíches, crepes e lasanhas... entre um procedimento e outro, os clientes podem saborear essas “marravilhas”.
Stephan et Cássia travaillent comme des partenaires dans un salon de beauté. Et ils offrent un service excellent. Et ce n'est pas dans tous les salons qu’on peut trouver des délicatesses préparés par un Français qui aime la cuisine! Il y a des options de casse-croûtes rapides, comme des sandwichs, des crêpes et des lasagnes… entre un traitement et un autre, les clients peuvent goûter ces merveilles.

Já o Jean Philippe, que segundo alguns, veio da região mais linda da França – La Corse, está no Ceará há cerca de sete anos e veio com o espírito empreendedor. Montou uma fazenda em Beberibe para criação de patos. Atualmente se dedica mais ao restaurante que é abastecido de vários ingredientes vindo da fazenda e oferece um leque de opções aos clientes, desde o luxuoso foie gras, um prato típico francês no qual a base é o fígado do pato, à famosa baguete e ao menu executivo que muda diariamente.
Jean Philippe, qui selon quelques-uns, venait de la région la plus jolie de la France - La Corse - est venu au Ceará il y a environ sept ans. Il est venu avec l'esprit d’entrepreneur. Il a monté une exploitation agricole à Beberibe pour l’élevage de canards. Actuellement il se consacre plus au restaurant qui est fourni de plusieurs ingrédients venant de l'exploitation agricole et qui offre aux clients un éventail d'options, du luxueux foie suprême, un plat typiquement français dans lequel la base est le foie du canard, à la baguette bien connue et au menu exécutif qui change quotidiennement.



Philippe se orgulha de ter inovado na nossa cidade e aponta a saudade da França, “aqui não existe a noção de bem-estar, depois que tive filho, sinto falta de muitas coisas: escola, assistência à saúde, praças públicas, bibliotecas... além da praia, onde mais eu posso levá-los para passear, brincar, descansar? Quando você passa a morar no lugar é que o conhece de verdade!”. De fato, neste sentido, não deve ser fácil para um estrangeiro compreender o que nós brasileiros simplesmente aceitamos.
Philippe est fier d'avoir innové dans notre ville, mais il parle avec nostalgie de la France, «Ici il n'existe pas la notion de bien-être. Après la naissance de mon fils, il me manque beaucoup de choses: l’école, l’assistance à la santé, des places publiques pour jouer avec mon fils, des bibliothèques… Sauf la plage, où plusieurs fois je peux emmener mon fils pour nous promener, jouer, nous reposer? Ce n’est que quand on commence à vivre quelque part, qu’on commence a connaître cet endroit!”. En fait, il doit être un peu difficile à un étranger de comprendre ce que nous, Brésiliens, simplement acceptons.

Stephan e Philippe, duas maneiras diferentes de ver nossa cultura, pessoas interessantes para conhecer e conversar. A distância entre os continentes veem diminuindo ao longo dos anos e as novas tecnologias de comunicação são uma grande aliada para quem deseja desbravar novas terras. Seja na França, seja no Brasil, há sempre os corajosos que se jogam no escuro para a realização dos seus desejos, muitas vezes desconhecidos para si mesmos.
Stephan et Philippe, ils ont deux manières bien différentes de voir notre culture, ce sont des personnes intéressantes à connaître et à parler. La distance entre les continents diminue au fil des années et les nouvelles technologies de communication sont un grand allié pour ceux qui aiment explorer de nouvelles terres. Que ce soit en France ou au Brésil, il y a toujours des courageux qui jouent dans le noir pour la réalisation de leurs désirs, que souvent eux-mêmes méconnaissent.

Em Fortaleza podemos encontrar pedacinhos dos costumes franceses, vamos desvendá-los?
À Fortaleza nous pouvons trouver quelques petites habitudes françaises, allons-nous les identifier? 


Esse post bilíngue contou com a tradução da minha cunhada An Coppens. Muito obrigada, amiga! Obrigada, Tony Coppens, pela revisão do texto!                                              
Ceci est un site bilingue qui a compté avec la traduction de ma belle-sœur An Coppens. merci beaucoup, mon amie! Merci, Tony Coppens, pour examiner le texte!
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Salão Cássia Alborni – Rua Marcos Macêdo, 630  Meireles  Fone: (85) 3224 4637

Restaurante Delices de France – Rua Oswaldo Cruz, 919  Meireles Fone: (85) 3224 7899

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pausa para o almoço: boa hora para encontrar os amigos!

A internet pode ser um mar de encontros. Um dia desses conheci o blog Almoço de Amigas e pensei que um post com essa turminha seria interessante! No Caderno de hoje não temos uma personagem, mas vou falar sobre 12 garotas que tornaram a hora do almoço de sexta-feira um momento de trocas entre amigas.

O encontro de hoje foi no restaurante Limone e seis delas estavam lá: Alice, Bia, Luciana, Cris, Aninha e Rafaela. Pedi licença ao grupo para conhecê-las e registrar o encontro. Fui a primeira a chegar e aos poucos, cada uma foi aparecendo, vindo de seus trabalhos. O almoço foi descontraído e ao estilo: amigas de longa data! Um encontro de luluzinhas em que: moda, arquitetura, publicidade e praia são as palavras-chave, segundo elas mesmas. Os posts do blog confirmam isso! E tem tudo o que nós gostamos: viagens, design e muitas dicas de restaurantes em Fortaleza.



O blog começou com o intuito de registrar os encontros do grupo, mas depois que teve acesso por várias outras pessoas, elas o deram uma identidade e vou lhes contar, até cartão de visitas já tem – organizadas essas mocinhas! Já foram entrevistadas em programa de tv, promoveram concurso cultural e posaram para uma marca de roupas, é mole?!

Os texto são escritos por todo o grupo, outras vezes apenas uma delas escreve e outras revisam. O objetivo é que o blog tenha a cara de todas, que seja um trabalho coletivo, no qual as habilidades de cada uma seja ressaltada. As imagens (diga-se de passagem: maravilhosas) em sua maioria, saem das lentes da câmera da Bia.



As perguntei sobre o almoço mais divertido, e elas citaram o que ocorreu na casa da Cris, “ como não precisávamos nos preocupar com as pessoas ao redor, falar baixo, ficar sentadinhas, o almoço acabou virando uma farra! Dançamos, cantamos, conversamos muuuito, foi uma festa!”.

E sobre o almoço inesquecível: “com certeza foi o da Sucré Patisserie. A Lia Quinderé, que é amiga de todas do grupo, é a dona do lugar e nos convidou para degustarmos pratos feitos exclusivamente para nós. Estava tudo lindo e personalizado, menu personalizado impresso e até chocolates com a logo do blog! Foi demais para nossos corações! E para nosso paladar também!”, se derreteram!

O interessante é que, ao que tudo indica, nenhuma é “chegada” à cozinha (foi o que as meninas falaram). Com exceção da Luciana, que jurou de pé junto: “eu sei cozinhar algumas coisas e poderíamos até marcar um almoço desses lá em casa”. O desafio está lançado!



Depois de ver o ti-ti-ti danado que é um almoço de meninas, senti falta de encontrar minhas amigas. Por isso, ofereço o post de hoje para: Diana Vale, An Coppens, Pérola Custódio, Lusiane Rocha, Jordânia Vale, Célia Maria Moura e Ilana Feingold. Irmãs/amigas que respeito e admiro! Amores para toda a vida!

E vocês, irão encontrar os amigos neste final de semana? Em casa, no boteco, na praia, no parque, no cinema... o lugar é agente que faz... e sempre é tempo!

Um brinde à amizade! Um brinde à vida!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O mais querido do Senac/CE

José de Ribamar Sousa Silva, 38 anos, casado com a Jeane e pai da Adryeli. Um cearense daqueles caricatos: regionalista, machista, torcedor do Ceará Sport Clube, baixinho, prolixo, falador, persistente, polêmico, corajoso, inteligente e vencedor!! Hoje, devido a tudo isso e ao seu carisma, é considerado o mais querido do Senac/CE. Não há quem passe pelo Setor de Compras e não o cumprimente.


Este assistente administrativo, já trabalhou como agricultor, vendedor ambulante e de loja, zelador de condomínio, balconista, garçom, contínuo e representante de empresa de fotografia, ufa! E fala com orgulho da sua trajetória, a qual considera vitoriosa: “ minha mãe teve quatorze filhos, doze sobreviveram e meus irmãos mais velhos começaram a trabalhar desde os cinco e oito anos para ajudar com as despesas, pois meu pai tinha problemas de saúde”. Ribamar passou a infância no distrito de Pedra Branca, município de Pentecoste (CE), e em 1982 se mudou para Fortaleza (CE), com o intuito de morar e trabalhar com o avô, que possuía um depósito de carvão.

Infância no interior... tem coisa melhor? Tomar banho de rio, brincar com outras crianças, plantar e colher, ver milhões de estrelas no céu eram algumas das coisas de que Ribamar se recorda com carinho. O atual craque do time do Senac/CE (na última partida fez 04 gols), já jogou muita bola e admite ter sonhado muito com a carreira de jogador de futebol quando era criança, “ sonhava também em ser padre, porque achava muito legal passar uma boa mensagem às famílias, ou em ser médico, que salvava vidas. Porém, teve uma hora que deixei os sonhos de lado e fui trabalhar em algo que me desse o retorno financeiro mais rápido, eu tinha que me virar. E com o problema que tive nos braços, passei a ter mais cuidado, em não ficar me machucando no futebol”.

Um dos acontecimentos mais curiosos que eu ouvi na conversa com o Ribamar, foi a maneira como ele conquistou a casa própria. Economizou dinheiro por vários anos, reservava na poupança seus décimos terceiro, férias, extras até conseguir comprar uma casa no bairro Barra do Ceará. Mas, com o desejo de morar próximo à natureza, comprou, por intermédio de uma associação de moradores, um pequeno terreno no Cumbuco. Vendeu sua casa anterior e foi construindo a atual aos poucos, passou cerca de dois anos para terminar.


Mas, nem tudo são flores no paraíso Cumbuco, “lá não há saneamento básico e nem uma séria coleta de lixo, além de os próprios moradores jogarem o lixo que produzem em qualquer local. Na minha opinião, todas as comunidades deveriam ter uma boa escola para as crianças e adolescentes, transporte descente e saneamento básico”. Na casa em que mora com a família, a água que utilizam provém de um poço profundo e contam com a ajuda de um motor para bombeá-la até um depósito no quintal.




Ribamar citou duas importantes conquistas na sua vida: Os cursos que fez no Senac, porque os mesmos colaboraram muito com o seu crescimento profissional; e o nascimento de sua filha Adryeli “ ela é minha luz, é carinhosa e foi quem mais me ajudou a superar a perda de minha mãe”.


Um personagem da vida real que sempre lê os jornais impressos no final do expediente, que perdeu muitos amigos para às drogas e para o crime, que possui uma opinião formada para todos os assuntos, que incentivou as irmãs a fazerem cursos profissionalizantes, que não concluiu o ensino médio escolar, que sonha com um país mais justo... este, é o respeitável e admirável, Ribamar.

Vou finalizar contando que ele brigou comigo porque um dia desses, paguei dois reais em uma tapioca com manteiga!! Achou um absurdo e passou uma hora falando sobre inflação, mercosul, globalização, FHC, Lula...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A arte em (de) Patrícia Costa

Neste sábado visitei a Feira do Artefato no Salinas Casa Shopping para me encontrar com a arquiteta e artista plástica Patrícia Costa, porque sabia que uma pessoa como ela teria boas histórias para contar.

“Quando eu era criança, minha mãe foi solicitada pela professora que não pintasse os desenhos das tarefas de casa, porque isso iria atrapalhar o meu desenvolvimento. E não foi fácil para ela convencer a escola de que era eu mesma que fazia todas as pinturas... desde minhas lembranças mais remotas já havia uma relação próxima com arte”, revelou rindo.

Mas, acreditem, entre ter uma habilidade e assumi-la é um longo caminho, que o diga a Patrícia: “Meu pai sempre foi o meu grande ídolo, e eu achava que teria de trabalhar em um banco, como ele, e então fiz o curso de Administração e segui para a área das exatas, mas não me sentia feliz, ao mesmo tempo que achava desafiador trabalhar em algo tão diferente de mim, sabia que não era o caminho para a realização profissional e foi extremamente difícil para mim ter que admitir isso.”

Acredito que não seja nada simples para uma artista ter que trabalhar no ambiente frio de um banco, sem muita poesia. Depois de algum tempo, pediu demissão e se matriculou no curso de pintura clássica da mestra Marli Harteman, no qual, a partir dos primeiros dias de aula foi convidada a ser assistente e de lá para cá... deu aulas de pintura, realizou exposição em Brasília, fez o curso de Arquitetura & Urbanismo, apresentou o programa de televisão Arquitetura e Arte no canal TV Diário, possui um escritório voltado para a elaboração e execução de projetos de decoração de interiores, é a atual arquiteta do PRODETUR Nacional Fortaleza ( www.fortaleza.ce.gov.br/turismo ) e expõem na Feira do Artefato “tenho um carinho especial pela feira, estou desde a primeira edição, há mais de dez anos. Foi aqui que eu me projetei. É onde tenho contato com outros artistas e com o público em geral”, contou Patrícia.


Toda a sua obra é inspirada nas antigas culturas como Inca, Asteca, Egípcia, Africana e Indígena e quando eu a indaguei de onde vem essa relação? Veio um minuto de silêncio e ficamos as duas viajando no tempo, olhando fixamente para as telas que estavam expostas e chegamos a algumas conclusões: as cores são fortes e lembra a força que vem da terra, como ela mesma disse: “... uma força que vem com tudo. Mesmo quando faço um quadro colorido, é com uma cor “morta”, água e ar não tem nada a ver comigo, sou terra e fogo, intensa e vibrante”.


E se você quer uma boa dica de quem já viveu um pouco, “na verdade, agente tem que fazer o que mais gosta, o que sabe de verdade, não dá para fugir o tempo todo, isso é perca de tempo”, falou e disse!


Como não sou boba, aproveitei o passeio para encher uma sacola com deliciosos chocolates caseiros. Esta simpática feira ocorre sempre no primeiro sábado do mês, conta com diversos expositores e é um espaço para toda a família.

Contatos:


Patrícia Costa – Tel: (85) 9991 3979 E-mail: patriciacosta.arq@hotmail.com  


Shopping Salinas – Av. Washington Soares, 909 Edson Queiroz Fortaleza-CE, Site: http://www.salinascasashopping.com.br/  Tel: (85) 3241 1653

sábado, 20 de novembro de 2010

Quando moda é mais do que inspiração...

A minha tarde de hoje foi iluminada pela arte de Iury Costa! Menino talentoso que considera a moda algo sem fronteiras, livre, como ele mesmo me disse. Entendo isso pois sempre que entro na sua loja, tenho a sensação de que não estou no Ceará, e não falo isso negando tudo o que há no nosso estado, ao contrário, falo orgulhosa por haver no segmento moda o retrato de uma Fortaleza contemporânea, aberta e antenada com as redes sociais da web.

No café da livraria Cultura, Iury me descreveu como participa ativamente da criação à venda e confessa ter a ajuda dos pais no quesito administração, pois não é muito a sua praia. Prefere criar. De segunda à sábado, está no batente em seu ateliê, coordenando uma equipe composta por dez profissionais, lá, o glamour passa longe do ritmo alucinado de trabalho!



Também gosta de estar na loja, em contato com as clientes e se sente muito feliz ao ver o resultado da criação vestindo pessoas que se identificam com a idéia e com os detalhes das peças, “houve uma vez em que avó, mãe e filha compraram juntas lá na loja, cada uma levou algo que as interessou, achei o máximo!”, contou orgulhoso. Ressaltou ainda, que o atendimento da loja procura deixar a cliente bem à vontade, como se estivesse num closet, e disso sou testemunha! É um ambiente agradável gerenciado pelo alto astral do Lêvy Lopes (figura para um outro post). Toda a equipe se envolve na montagem do look trocando dicas sobre maquiagem, acessórios... uma delícia!

Até criar sua própria marca, Iury foi um estudante que não se prendeu aos bancos da faculdade, “no mercado cearense as oportunidades para quem está começando não são muito claras, desde cedo já procurava por elas participando de concursos e eventos diversos; e foi buscando que consegui espaço para criar minha primeira coleção profissional e organizar o desfile no Dragão Fashion”.

E como ele mesmo me disse “sempre tive dificuldade em me enquadrar no que a faculdade nos ensinava: inspire-se em alguma coisa, em alguma época por exemplo e produza. Comigo sempre acontece o inverso, não consigo partir do mais óbvio, eu até gostaria, mas não sai, entende? Tenho visto por aí muito mais inspirações do que criações. Quero criar, inventar, inscrever algo novo!”. Iury aposta na ousadia, sempre! Tende à ambiguidade e às metáforas, como poderá ser visto na sua coleção de alto verão 2010, Heloading, que será lançada na próxima quarta-feira, dia 24 de novembro.




Quando cria, prefere dar primeiro um nome à coleção, do que nomeá-la por último. É a partir do nome que pensa nas peças, por isso que valoriza tanto o nome de cada uma, é como se a peça fosse personificada, “tem cliente que nem olha, arranca a etiqueta e pronto, mas quando se lê o nome já se abre um leque de interpretações”, falou.

E ao lhe perguntar sobre a hipótese de pegar uma mochila e sair para outro estado, foi bem categórico: “O lugar para eu acontecer é aqui! É onde eu tenho mais oportunidades, onde eu tenho mais contatos. Estou apenas começando!”. Alguém duvida que essa história vai loooonge??

Acessem o blog do Iury: http://linhadocostado.blogspot.com/
Conheçam a loja: Rua Maria Tomásia, 597  Lj. 01  Fortaleza CE